Quando falamos em abelhas, a maioria das pessoas costuma imaginar uma única espécie com ferrão, mas essa visão é bastante limitada. É importante considerar a grande diversidade dessas polinizadoras e compreender que existem muitas espécies de abelhas. Assim como o mel não é tudo igual, o mesmo se aplica às abelhas. Neste artigo, exploraremos algumas das abelhas nativas brasileiras mais importantes e seus méis característicos, entendendo suas contribuições para os ecossistemas que habitam.
Rainha da Popularidade: A Abelha Jataí e Seu Mel
A abelha jataí (Tetragonisca angustula) é uma das mais conhecidas das abelhas nativas sem ferrão. Encontrada em várias regiões do Brasil, essa abelha também é popular em outros países da América do Sul e Central. Graças a sua capacidade de se adaptar a ambientes urbanos, é possível cultivá-las em casa utilizando casinhas de madeira específicas.
Elas são notáveis por sua organização e pela subdivisão de trabalhos dentro da colônia. Cada operária tem suas responsabilidades, o que garante a manutenção e o bem-estar da colmeia. Além disso, a abelha jataí se reproduz uma vez ao ano, geralmente no verão, e tem um papel vital na polinização, sendo responsável por 30% a 80% das plantas em suas áreas de atuação.
O mel da abelha jataí é admirado por suas propriedades medicinais, atuando como anti-inflamatório e sendo recomendado para o tratamento de afecções oculares como catarata e glaucoma. Também é utilizado para tratar resfriados e acelerar a cicatrização de feridas.
As Pacíficas Abelhas Mandaçaia e Seu Mel Gastronômico
As abelhas mandaçaias (Melipona quadrifasciata) são comuns na Mata Atlântica e Cerrado e são famosas por seu caráter pacífico. Os ninhos delas permitem a passagem de uma abelha por vez, o que ajuda a controlar a temperatura e a umidade interna.
O mel da mandaçaia é mais líquido, levemente cítrico e menos doce que o mel de outras abelhas, o que o torna bastante desejado na alta gastronomia. Elas têm a habilidade de percorrer até 1,5 km para buscar seu alimento, polinizando uma vasta quantidade de espécies vegetais, incluindo frutas e plantas típicas da flora brasileira.
Além de seu uso culinário, o mel de mandaçaia é reconhecido por suas propriedades antibacterianas e pode ser benéfico no tratamento de conjuntivite. Para saber mais sobre as vantagens de incorporar o mel na alimentação, confira nosso artigo completo sobre os benefícios do mel.
Doce Mel: Mel de Uruçu
Da região litorânea do Norte e Nordeste do Brasil vem a abelha uruçu-nordestina (Melipona scutellaris), cujo nome significa “abelha grande” em tupi. Além de sua docilidade, a uruçu é crucial para a polinização de diversos biomas, realizando 90% desse importante processo em sua área de ocorrência.
O mel de uruçu é mais úmido devido à alta umidade dessas regiões, possuindo 28% de água. Este mel é admirado na culinária por seu sabor único e propriedades benéficas à saúde, como atividade bactericida, energética e antioxidante.
No entanto, infelizmente, a abelha uruçu-nordestina está ameaçada de extinção, o que eleva significativamente o valor comercial de seu mel. Para descobrir como o mel pode realçar sua culinária, leia nosso artigo sobre mel de terroir.
Abelhas Borá e Seu Mel Excêntrico
As abelhas borá (Tetragona clavipes) nos presenteiam com um mel exótico, levemente salgado, ácido e com um aroma que lembra queijo parmesão. Elas habitam principalmente o norte e nordeste brasileiro e até algumas áreas do Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Essas abelhas são conhecidas por sua estrutura corporal mais alongada e suas asas compridas. Seus ninhos são abertos, lembrando uma boca entreaberta, diferentemente de outras abelhas indígenas.
O mel da borá é utilizado em preparações gastronômicas requintadas, principalmente por sua singularidade, harmonizando perfeitamente com pratos como pato, peixe e carne de porco.
Para descobrir novas formas de apreciar o mel, confira nosso artigo sobre receitas juninas com mel e aproveite para experimentar novos sabores na sua cozinha.
Conclusão
Explorar a diversidade das abelhas nativas brasileiras é fascinante não apenas pela riqueza cultural associada aos diferentes tipos de mel, mas também pela importância dessas espécies para o equilíbrio ecológico e a preservação ambiental. Conhecer e valorizar as abelhas sem ferrão é essencial para a sustentabilidade dos ecossistemas e para propagar práticas de meliponicultura que preservem essas espécies únicas e seus sabores inigualáveis. Se gostou desse conteúdo ou deseja sugerir novos temas, deixe seu comentário. Estamos ansiosos para saber a sua opinião!