Você pode achar que a própolis é uma invenção da vovó ou uma crendice popular, porém, essa resina produzida pelas abelhas é bastante estudada pela ciência e muito mais tradicional do que você imagina.
Civilizações antigas como a egípcia, assíria, chinesa, inca, grega e romana faziam uso medicinal da própolis para prevenir e combater doenças. Os egípcios, gregos e romanos, em específico, faziam uso da resina para tratar feridas, lesões na pele e outras demandas.
Nos séculos XVI e XVII, a própolis esteve presente na farmacologia francesa e inglesa. Em 1908, foi publicado o primeiro artigo científico em relação às suas propriedades químicas. Atualmente, ela é alvo de pesquisas em diversas universidades do Brasil e do mundo.
A própolis ou o própolis?
Pode ser que quando você ouve ou lê o termo “a própolis” sente algum estranhamento, pois talvez sua mente esteja acostumada a ouvir “o própolis”. Mas, afinal, qual a forma correta?
Vamos dizer que os dois, porém, com aplicações diferentes. “A própolis” é utilizada para fazer referência à resina, por isso, usamos o artigo “a”: a resina de própolis.
Mas quando nos referimos ao extrato, usamos artigo “o”: o extrato de própolis. Porém, para ficar mais correto, é preferível usar “a própolis”, pois é relativo ao que de fato a substância é, e não a um produto derivado dela.
Afinal, o que é a própolis?
A própolis é uma resina multifuncional fabricada pelas abelhas, seu principal objetivo é proteger a colmeia, função que acabou batizando a substância, pois “pro polis” é um termo de origem grega que quer dizer: “em defesa da colmeia”.
Para facilitar nosso entendimento, vamos listar algumas funções da própolis para o funcionamento de uma colmeia:
- Limpeza e saúde das abelhas
- Controle térmico da colmeia
- Reparação física de estruturas
- Proteção contra invasores
Limpeza e saúde das abelhas
A ação antibacteriana da própolis faz muito bem à saúde humana, e na colmeia não é diferente. Ela serve para deixar o ambiente interno limpo e protegido de bactérias, fungos, protozoários e microinsetos.
Controle térmico da colmeia
As variações de temperatura não são benéficas para as abelhas, por isso, a própolis é usada como reguladora térmica, amenizando o efeito das quedas bruscas de temperatura, envolvendo as paredes e funcionando como cobertores.
Reparação física da estrutura
Quando há um dano físico na colmeia, as abelhas usam a própolis como uma espécie de item de construção civil, algo como cimento ou massa corrida, reparando frestas e reconstruindo áreas danificadas.
Proteção contra invasores
Quando um inseto invasor é encontrado na colmeia, a própolis é usada com uma função peculiar. Ao ser abatido, o inimigo é envolvido pela resina em um processo parecido com a mumificação. Isso impede que a deterioração do invasor contamine o ambiente.
Própolis verde
Das variedades de própolis, a verde é uma das mais populares e acessíveis para o consumidor brasileiro. Isso se deve ao fato dela oferecer diversos benefícios à nossa saúde por conta de suas atividades biológicas, sendo elas:
- Antibacteriana
- Antifúngica
- Anti-inflamatória
- Antioxidante
- Imunomodulatória
- Antitumoral
- Antiulcerogênica
A própolis verde tem essa coloração devido à alta presença de clorofila em sua composição. Ela é obtida a partir do alecrim do campo (Baccharis dracunculifolia), uma planta muito comum na América do Sul, principalmente no Brasil.
Própolis vermelha
A própolis vermelha está muito em alta no momento, está tão valorizada e solicitada no mercado que passou a ser chamada de ouro vermelho. E o que faz com que ela seja considerada uma iguaria tão valiosa?
O principal diferencial dela é a presença de dois isoflavonoides: o medicarpin e o 3-hidroxi-8,9-dimetoxipterocarpan, eles carregam propriedades antitumorais. Além deles, a própolis vermelha carrega várias outras classes de flavonoides, o que proporciona algumas atividades biológicas adicionais às encontradas na própolis verde, como:
- Anticáries
- Antiproliferativo
A própolis vermelha é obtida a partir da resina vegetal da planta marmelo-do-mangue (Dalbergia ecastophyllum), muito popular no estado brasileiro de Alagoas, o principal polo nacional de produção dessa variedade de própolis.
Própolis marrom
A própolis marrom brasileira costuma ter diferentes origens e não se trata de um tipo específico de resina, mas, sim, de um grupo de própolis de propriedades semelhantes.
Uma parte desse grupo é proveniente da região Sul do país, principalmente das regiões de araucárias (Araucaria angustifolia), onde a variedade é conhecida como própolis catarinense. Outra parte é associada à mata atlântica, sendo mais recorrente na região Sudeste. A própolis marrom também é extraída de uma espécie de eucalipto (Eucalyptus botryoides) encontrado em Minas Gerais.
O diferencial dessa variedade, em relação à própolis verde, é a variação do espectro de ação e a potência de alguns de seus benefícios. A própolis marrom é mais um exemplo que mostra a diversidade do portfólio de produtos da apicultura brasileira.
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