Clube do Mel

O guia das abelhas brasileiras

­O universo do mel brasileiro é inspirador para os amantes da gastronomia, de produtos naturais e da cultura em geral. São muitas floradas diferentes que proporcionam ótimas variedades de mel, além disso, vivemos em um país continental com regiões de natureza diversificada que produzem cada uma o seu tipo de mel, com identidades marcantes e originais, amplificando muito a diversidade do portfólio nacional do mel.

Nosso produtor de mel,seja apicultor oumeliponicultor, é apaixonado pelo que faz e está, a cada dia que passa, mais empreendedor, enriquecendo o mercado com novidades e novos produtos. Além disso, o mel, a própolis, o pólen e a geleia real têm uma tradicional sinergia com a medicina, com particularidades que comprovadamente trazem benefícios à nossa saúde.

Toda essa riqueza muitas vezes nos faz esquecer das grandes protagonistas dessa história, nossas abelhas. Elas têm um papel muito importante na natureza, não somente produzindo mel, mas trabalhando na polinização de diversos tipos de biomas, sendo imprescindíveis para a manutenção da biodiversidade em nosso planeta.

Definições científicas das abelhas

Para você visualizar melhor tudo o que vamos apresentar nessa postagem, explicaremos um pouco sobre o que de fato são as abelhas. Elas são insetos da superfamília Apoidea que abrigam dois subgrupos, as Spheciformes (vespas) e a Anthophila (abelhas). Dentro do subgrupo Anthophila, temos a família de abelhas denominadas cientificamente por Apidae.

Essa família é a mais relevante para nós e, dentro dela, há diversos tipos diferentes de abelhas, divididas em duas subfamílias: Apinae e Meliponinae.

Dentro da subfamília Apinae, a mais famosa no imaginário popular, encontramos três principais tribos:

– Apine (que abriga o gênero Apis)

– Bombine (que abriga o gênero Bombus)

– Euglossini (conhecidas como abelhas das orquídeas)

A subfamília Meliponinae, abelhas sem ferrão, abriga duas tribos mais relevantes:

Meliponini (que abriga o gênero Melipona)

Trigona (nomenclatura científica ainda em revisão)

Com tantos nomes, pedimos para você guardar somente o nome de dois gêneros de abelhas, o gênero Apis e os gêneros de abelhas sem ferrão, Melipona e Trigona, os mais importantes quando o assunto é a fabricação de mel.

As abelhas do gênero Bombus são muito comuns no Brasil, sendo conhecidas popularmente como mangavas ou por variações semelhantes desse nome. Mesmo que não produzam mel, elas desempenham funções-chaves na natureza, sendo agentes de polinização de diversos tipos de plantas, como por exemplo o pé de maracujá, e pela manutenção de biossistemas.

Os dois principais gêneros de abelhas produtoras de mel

Podemos dividir as abelhas que produzem mel no Brasil em dois grandes grupos, as abelhas nativas que estavam em nosso território antes do período da colonização europeia e são conhecidas como abelhas sem ferrão, sendo elas do gênero Melipona, e as abelhas não nativas do gênero Apis, trazidas intencionalmente para o nosso país com o fim de produzir mel.

Antes de nos aprofundarmos nesses dois grupos que produzem nosso tão querido mel, precisamos fazer algumas ressalvas. Primeiro, são conhecidas mais de 20 mil espécies de abelhas no mundo e nosso país conta com mais de 3 mil espécies. O segundo ponto é que nem todos os tipos de abelha produzem mel, por isso, vamos focar somente nas que produzem em nosso país, para que possa ficar bem claro para você as principais possibilidades de consumo do nosso mel.

(fonte: www.semabelhasemalimento.com.br)

As abelhas nativas

Por um tempo, o mel das abelhas nativas foi um tanto ignorado pelos produtores nacionais. Acreditamos que pelo fato do mel delas ser mais exótico e não tão conhecidos pelo imaginário popular, mas com o avanço da alta gastronomia em nosso país e pelo surgimento de mais consumidores de paladar refinado, o mel das abelhas nativas se tornou uma verdadeira iguaria.

A criação de abelhas nativas para se extrair o mel é chamada de meliponicultura, uma prática que vem crescendo muito no Brasil, atraindo investidores pelo fácil manuseio e ninhos produtivos. A facilidade na criação dessas abelhas fez com que sua criação se tornasse até mesmo um hábito doméstico, com criação de abelhas em casa para o consumo familiar do mel.

As abelhas sem ferrão são consideradas como verdadeiros exércitos de sustentabilidade, trabalhando em prol dos biomas e suas biodiversidades, ajudando a preservar e até restaurar florestas, por serem responsáveis pela manutenção de inúmeras espécies vegetais através da polinização.

As espécies de abelhas nativas brasileiras mais conhecidas pela produção de mel são:

– Mandaçaia (Melipona quadrifasciata)

– Uruçu-amarela (Melipona rufiventris)

– Jataí (Tetragonisca angustula)

– Borá (Tetragona clavipes)

– Mandaguari (Scaptotrigona postiça)

Mel de Mandaçaia

A Mandaçaia é uma abelha muito comum no bioma brasileiro da Caatinga, predominantemente no Nordeste, mas ela também é encontrada no bioma Cerrado da região Sudeste e em algumas partes do território da região no Sul.

O grande diferencial do seu mel é a mistura entre o paladar doce e o azedo com toques frutais. Ele tem coloração bem clara, é bastante aromático e de dulçor suave. Suas características excêntricas o fizeram protagonista de harmonizações com saladas da alta gastronomia e até mesmo na preparação de drinks finos.

Abelha Mandaçaia

Mel de Uruçu-amarela

A Uruçu-amarela tem sua principal ocorrência no litoral baiano, sendo muito comum nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, mas é também encontrada no Sul e no Sudeste. Seu mel é de coloração amarela, tonalidade escura e sabor suave, com toques levemente cítricos.

A grande peculiaridade do seu mel é que ele contém mais água do que de costume, o que faz com que ele tenha uma experiência de consumo diferente. Ele precisa ser armazenado na geladeira se não for consumido imediatamente. É excelente para estar presentes em pratos agridoces, saladas, harmonizar com queijos e preparar drinks.

Mel de Jataí

A Jataí está presente em quase todo os estados brasileiros e pode ser considerada a abelha sem ferrão mais comum do nosso país, sendo também a mais criada no estado de São Paulo. Ela fabrica um mel fresco e ácido na medida certa, com o diferencial de notas amadeiradas, textura fina e líquida que lhe introduz muito bem em experiências gastronômicas mais refinadas.

O que torna este mel precioso é o fato de que uma colmeia de Jataí produz cerca de 1 kg de mel por ano, o que faz com que ele seja tratado como uma iguaria rara.

Mel de Borá

A Borá é encontrada no Norte, Nordeste e Sudeste brasileiro, ela costuma construir sua colmeia em pedaços ocos de árvores vivas e tem populações bem altas por colônia.

Produz um mel de coloração amarela e tonalidade âmbar, de fina textura e sabor único, com notas levemente salgadas e cítricas, o que faz com que seja considerado um mel sofisticado e um dos mais promissores do cenário da alta gastronomia.

Mel de Mandaguari

A Mandaguari Preta é conhecida popularmente por ser aquele tipo de abelha que se enrola nos cabelos e entra nos ouvidos, mas de todas as abelhas nativas que citamos, ela é a menos popular para a meliponicultura e seu mel tem sido introduzido mais recentemente no mercado.

Costuma ser encontrada em quase todo o território brasileiro, de forma mais acentuada nas regiões mais quentes. Seu mel tem coloração amarela e tonalidade média, com sabor suave e levemente doce.

As abelhas não nativas

A espécie Apis mellifera é com certeza a grande protagonista de toda a apicultura mundial, mesmo que não sejam nativas do Brasil, elas se adaptaram muito bem ao nosso país quando foram trazidas pelos europeus por volta do século XIX.

Para nos aprofundar na Apis mellifera, falaremos um pouco de suas subespécies mais conhecidas e relevantes para o mel brasileiro, sendo elas:

– Abelha alemã (Apis mellifera mellifera)

– Abelha italiana (Apis mellifera lingustica)

– Abelha africana (Apis mellifera scutellata)

– Abelhas africanizadas (Híbridas de Apis mellifera)

Favo de mel de abelha Apis

Abelha alemã

A mais famosa das abelhas europeias é a abelha alemã (Apis mellifera mellifera), conhecida também como abelha escura europeia (european dark bee), catalogada cientificamente em 1758. Ela é originaria do noroeste da Europa e foi a primeira abelha a se estabelecer na apicultura europeia até a introdução de outras subespécies mais atrativas comercialmente.

Abelha italiana

A Apis mellifera lingustica é uma abelha italiana originária dos Alpes da Ligúria, no norte do país. São adaptáveis a diversos tipos de clima, mas menos capazes de lidar com os invernos mais rigorosos. A espécie foi introduzida na Alemanha, em 1853, sendo hibridizadas com a abelha alemã, gerando a “buckfast bee” que acabou sendo posteriormente extinta por uma praga de ácaros. Na Grã-Bretanha, ela chegou no ano de 1859, sendo considerada superior à velha abelha preta britânica e a substituindo na apicultura inglesa. Após isso, a abelha italiana ganhou o mundo, sendo introduzidas nos Estados Unidos e na Austrália.

Abelha africana

A Apis mellifera scutellata é conhecida popularmente por abelhas africanas, elas são naturais do sul e sudeste da África. Em relação às abelhas europeias, elas são consideradas mais produtivas em relação ao mel e mais agressivas em relação ao comportamento.

Elas possuem um papel muito relevante na história da apicultura mundial, principalmente após o surgimento da sua hibridização com as variedades europeias, as tão conhecidas abelhas africanizadas.

Abelhas africanizadas

Apis mellifera scutellata, que chegou ao Brasil na década de 50, e em 1957 em um apiário do interior de São Paulo. Elas foram acidentalmente liberadas na natureza e começaram a cruzar com as abelhas europeias presentes na região, nascendo assim, a espécie híbrida conhecida como abelhas africanizadas.

Na década de 70, elas povoaram a bacia amazônica, chegando na década de 80 no México, por volta de 1985, foram encontradas nos Estados Unidos, no estado da Califórnia e posteriormente no estado americano do Arizona, já na década de 90. Em 1994, 15% da população de abelhas do sul dos Estados Unidos estavam africanizadas, porcentagem que chegou a 90% em 1997.

Podemos afirmar que devido a sua alta produtividade, as abelhas africanizadas causaram uma verdadeira revolução na apicultura brasileira, a propagação da nova variedade e o desenvolvimento de práticas de manejo mais eficientes fizeram com que o Brasil conquistasse um elevado número de produção de mel, atingindo 51,5 mil toneladas em 2020.

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