Clube do Mel

A natureza do mel

O mel é uma paixão nacional, e você sabe o que faz dele algo tão diverso e único? Confira nosso post e fique por dentro de tudo o que está por trás de um mel de qualidade.

O universo da apicultura carrega uma riqueza inestimável, fruto da interessante relação das abelhas com a natureza, o mel é uma iguaria milenar que esteve presente em diversas civilizações no decorrer da história, sendo usado como alimento, medicamento e profissão.

Podemos dizer que o mel está em um patamar de valor cultural igual ou maior do que produtos como o vinho e o café, pois possui inúmeras particularidades que expressam detalhes de ecossistemas da natureza e de hábitos humanos. O mel é um verdadeiro presente da terra, não só pelo seu delicioso sabor, mas também por suas propriedades medicinais, é objeto de estudos científicos por todo o mundo, estando presente no imaginário de religiões, contos literários e na cultura popular.

A arquitetura do nosso mel

São incontáveis as variedades de mel e cada uma delas tem as suas propriedades e seus atributos únicos. Mas você pode se perguntar: o que constrói a identidade de cada um dos tipos de mel? Nós listamos aqui alguns pilares que traçam a diversidade:

– Espécie da abelha produtora.

– Florada a qual foi extraído o mel.

– Particularidade da extração.

– Regionalidade (terroir).

Os principais atributos do mel, que variam de acordo com a procedência são: cor, sabor, aroma e aspecto (presença ou não de cristais). Além de características técnicas como o pH, que impacta nas propriedades digestivas.

Outro ponto importante é a raridade ou a sazonalidade, algumas floradas são muito raras e acontecem em períodos muito breves do ano, o que gera variedades preciosas de mel que atraem os consumidores mais apaixonados, os quais chegam a ter uma postura parecida com a de sommelier em relação ao produto.

Nossas espécies de abelha

Existem mais de 20 mil espécies de abelhas no mundo. No Brasil são mais de 3 mil espécies, a maioria de abelhas nativas sem ferrão (Meliponae) produzem mel. Para facilitar o nosso entendimento, dividiremos as abelhas brasileiras em dois grupos, abelhas nativas e abelhas não nativas. (fonte: www.semabelhasemalimento.com.br)

As abelhas que não produzem mel possuem um papel importante para a natureza, pois trabalham na polinização e na manutenção de biossistemas. Mesmo que não nos ofereçam o tão amado mel, elas fazem a vida em nosso planeta acontecer.

Abelhas nativas

As abelhas nativas são as espécies presentes no Brasil antes da colonização europeia, elas são do gênero Meliponae, abrangendo as espécies conhecidas como Jataí, Mandaçaia, Uruçu-amarela, Borá e Mandaguari.

Elas são conhecidas como abelhas sem ferrão e produzem variedades peculiares de mel, algumas proporcionam acidez elevada, coloração transparente e até mesmo sabor levemente salgado, como é o caso do mel da Borá.

Um ponto importante é que o cultivo e extração de mel de abelhas nativas não se chama apicultura, mas sim, meliponicultura, prática existente nas culturas indígenas muito antes dos portugueses chegarem ao Brasil.

As abelhas sem ferrão têm um valor inestimável para a natureza e para sua biodiversidade, estudiosos afirmam que apoiar a meliponicultura nacional é um ato de sustentabilidade e de amor ao meio ambiente.

Abelhas não nativas

As abelhas não nativas começaram a ser trazidas pelos europeus por volta do século XIX e a espécie que se destacou foi a Apis mellifera. Mas o grande boom da apicultura nacional se deu com o surgimento das abelhas africanizadas brasileiras.

Elas nasceram do cruzamento de subespécies europeias da Apis, como a italiana Apis mellifera lingustica, a alemã Apis mellifera mellifera, a austríaca Apis mellifera carniça e a variedade africana Apis mellifera scutellata, que chegou ao Brasil em 1956.

A proliferação dessa nova espécie e a melhoria das práticas de manejo da apicultura nacional fez com que o Brasil atingisse altos níveis de produtividade de mel, alcançando 51,5 mil toneladas em 2020.

As floradas do nosso mel

O mel é um produto natural produzido pelas abelhas a partir da coleta do néctar das flores e de outras partes extraflorais. A diversidade da nossa flora apícola é responsável pela riqueza cultural da apicultura brasileira, são diversos tipos de floradas que proporcionam os mais variados tipos de mel.

Cada espécie de abelha produz um tipo particular de mel, porém, os atributos também são definidos pela espécie da abelha em conjunto com a florada e, quando não há uma florada específica a ser identificada, o mel é caracterizado como silvestre.

No Brasil, as principais floradas são: Acácia (de origem australiana e africana), Angico, Aroeira, Bamburral, Café, Cajuja, Capixingui, Cipó-Uva, Eucalipto, Jitirana, Laranjeira, Marmeleiro, Quitoco, Uva-Japonesa.

Os principais destaques em termos de originalidade são o mel de Marmeleiro, que possui raros tons de cravo-da-índia em seu sabor e o mel da Uva-Japonesa, muito usado na alta gastronomia e com propriedade medicinais acentuadas.

As regionalidades brasileiras

A região onde é produzido o mel impacta bastante em suas características, principalmente quando se trata de mel silvestre. Os biomas oferecem floradas específicas ou o conjunto delas que se combinam para gerar méis exóticos e raros.

O Brasil é um país de amplitude continental, por isso, há inúmeras regiões produtoras de mel, cada uma com sua particularidade e especificidade. Os principais territórios brasileiros são: Caatinga, Chapada Diamantina, Pantanal, Mata Atlântica, Serra do Roncador, Serra da Capivara e Ortigueira.

As variedades da Caatinga geralmente são méis silvestres com algumas floradas acentuadas, são considerados méis exóticos e algumas vezes raros. A Serra do Roncador foi responsável por implementar em nosso país floradas estrangeiras, e a Serra da Capivara é berço de méis exóticos e singulares.

A região paranaense de Ortigueira é muito tradicional na produção e inovação do mel, sendo a líder nacional de produtividade e referência mundial em termos de qualidade e procedência confiável.

Na região no planalto sul do Brasil, Santa Catarina produz um dos melhores méis.

Particularidades da extração

Nem todo mel vem do néctar das flores, alguns são produzidos através do melato, uma substância gerada por insetos que sugam as plantas e fabricam o líquido doce, que ao ser coletado pelas abelhas é transformado em mel. Os méis de melato costumam ter uma coloração escura e odor mais forte. A principal planta que proporciona esse estilo de mel é a Bracatinga, muito comum no estado de Santa Catarina. Esse mel é, atualmente, a variedade brasileira mais valorizada pelo mercado externo, principalmente pelos alemães.

O Clube do Mel busca construir um portfólio amplo de produtos relacionado ao universo apícola. Estamos sempre atentos à qualidade de nossos fornecedores, nos preocupando muito com a procedência de cada um dos nossos produtos. Visite nosso e-commerce e conheça todas as nossas possibilidades para a sua mesa e para sua saúde.

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